domingo, 17 de novembro de 2013

35 Semanas...

E só há 4 é que soubemos de ti.
Ainda me pergunto como foi possível, trazer-te a crescer dentro de mim sem ter dado por nada.
A ansiedade de ter mais um bebé, mais o receio que nem tudo esteja bem contigo, juntando a falta de tempo para deixar tudo preparado, pessoal e profissionalmente, estão a deixar-me esgotada. Isso e o medo, medo real, que tenho que o teu irmão sofra mais do que deve com a tua chegada.
Apetece-me parar, concentrar-me apenas em ti, deixar-me estar por casa a mover-me lentamente e a preparar as tuas coisinhas. Mas não posso, porque aquele trabalho onde adoro estar, tornou-se de repente tão exigente que me apetece chorar de desespero, porque exigem agora o triplo de mim, por saberem que me vou ausentar em breve, e porque esta minha mania de chamar demasiadas coisas à minha responsabilidade, só me prejudica.
E estou sensível, demasiado sensível... e sinto-me pouco mimada e pouco acompanhada. E as lágrimas correm, espero sinceramente bebé, que me venhas apaziguar o coração e as emoções, porque já não suporto o egoísmo, a presunção, a exigência a que toda a gente me sujeita.
São 35 semanas, mas temos apenas uma ecografia, que não é conclusiva, umas análises das quais não sei o resultado, e uma consulta que ainda não aconteceu, marcada e remarcada. São 35 semanas, mas a minha barriga demasiado pequena em comparação com a do teu irmão, deixa-me ansiosa e preocupada. São 35 semanas e a vida está agora tão complicada, que ainda não comprei nada, nadinha para ti. Tens tudo o que é do teu irmão, bordei umas fraldinhas, e uns saquinhos, tens babygrows e interiores novos que te ofereceram, mas nada escolhido por mim, e tenho tanta pena que venhas numa altura tão difícil a nível financeiro.
Penso que vens com algum propósito... e vou descobri-lo. Já te amo muito, pelo tanto que te mexes, e por saber que serás a bebé mais desejada. Mas tenho medo, e o meu medo prejudica-te...
Talvez quando te tiver nos braços tudo mude, tudo se torne claro e descontraído... E já falta tão pouco.

1 comentário:

Tanita disse...

Menina,
vamos lá a fazer um exercício de reflexão, o que eu fiz. Primeiro o teu bebé e tu. Se te sentes exausta tens de abrandar. No trabalho ninguém morrer pela nossa ausência, infelizmente é assim e todos sobrevivem e depois há telemoveis e visitas esporádicas que podes fazer sempre que mais precisarem de ti.
Todas essas preocupações que sentes, também eu as tenho. Parecemos mais patetas que da primeira vez. Eu sei. Mas deve ser normal. Temos apenas que parar, parar para nos mentalizar e pensar no pequeno ser que aí vem. Ele merece. Nós merecemos. Os manos com o tempo perceberão que nunca serão esquecidos e que nunca deixaremos de gostar deles. O exercicio começa em nós. Abrandar é a palavra de ordem (olha diz o roto ao nu, pensas tu).
E eu, à semelhança de ti, apenas ainda comprei um babete e dois pares de collants, acreditas? tudo o que tenho tem sido oferecido. Até me sinto mal e culpada, mas a disponibilidade fisica e mental é outra e temos de aceitar isso. Afinal agora não são só dois, tens o mano, o mano mais velho que precisa ainda de muita atenção... por isso minha querida, primeiro o tu+bebé.
Um beijinho**