terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Maravilhoso dom de amar-te

Está lindo, um doce. Super esperto e despachado... um encanto de menino, tão sossegadinho. Não dá trabalho nenhum, fala tão bem, diz tudo, e já faz associações. É assim que ouço falar do meu filho aos dois anos e picos... É em parte verdade, mas também não o vêm à mesa a fazer mil e uma "chafurdice" ou na bela da birra que vem quando é contrariado, ou é a avó que cega de amor não encontra defeitos no pequeno...



Independente qb,  anda sempre agarrado à minha perna e está a viver a ansiedade da separação se deixa de me ver, mesmo que só mude de divisão desata a chamar por mim aflito, e ao mesmo aprendeu a contrariar tudo o que dizemos... se dizemos é azul, ele diz logo não é azul, é verde... o máximo ... e eu amo-o tanto. e os meus pesadelos cada vez mais reais e assustadores à medida que cresce, desvanecem-se com aquele sorriso...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Sweet terrible two

Parabéns meu amor pequenino pelos teus dois aninhos, foi simplesmente maravilhoso acordar contigo ali ao lado. Foram dois anos de aprendizagem, apreensão mas muita felicidade também. Ver-te crescer é ao mesmo tempo angustiante e gratificante, e espero conseguir fazer de ti um ser humano equilibrado e feliz.
O teu dia de anos começou com a visita não desejada, lá fomos os três tranquilos para mais duas horas de nervos, stress e angustia da minha parte. Fizeste uma birra descomunal, porque só me querias a mim, e ele ficou ofendido e chateado. Não entendi porque não percebeu que és apenas uma criança e que eu ainda estou muito no centro do teu mundo. Depois viemos para casa e fizemos uma festinha com todos os que te amam. Tiveste um bolo lindo do pingu, recebeste muita roupinha e um triciclo.
Estiveste acordado das 8h da manhã até às 21.30h e adormeceste cansado, mas muito feliz.
Cada vez te amo mais, não sei como é possível que este amor cresça tanto...



PS:

Ontem fomos à consulta dos dois anos. O Rafael, pesa 12.080 Kgrs e mede 86 Cm. Está perfeito de altura e peso. Bastante desenvolvido na fala e na atitude, ordem para começar o desfralde já... chorou imenso para pesar e medir, e está na fase egocentrica parece que é normal para a idade, no entanto fomos aconselhados a ponderar a entrada na escola para o próximo Setembro... a nossa ideia era para setembro de 2014, entrar na pré. Mas a Dra. Rosa é da opinião que ele precisa de socializar com crianças da idade dele... fiquei sem saber muito bem o que fazer. Por um lado não o queria mudar de creche a meio, por outro queria que ele fosse para aquela escola publica. Ponderei ver meio tempo, mas não sei ainda o que vamos fazer...

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Uma surpresa e uma desilusão....

Não exactamente por esta ordem. Ontem foi dia de São Valentim. Esta semana tenho chegado a casa e saído de casa muito cedo. Porque não tenho aulas e aproveito para por o trabalho em dia antes que elas começem de novo. Tinha dito ao N. que ia chegar cedo. e cheguei um bocadinho mais cedo que nos outros dias, ainda assim, em vez de um "boa noite" fui brindada com um "é a isto que chamas chegar cedo?", fiquei triste, estou a fazer um esforço quase sobre-humano, para me levantar de manhã, e tenho ainda trabalho para fazer à noite em casa, mas nem tenho ligado o computador, para pelo menos me poder deitar com o meu filhote. Depois de um jantar silencioso, que não teve nada a ver com o jantar tipico do dia dos namorados, e em que as unicas palavras foram para o pequeno Rafael... ainda me diz a meio de uma conversa, "... ele daqui a uns dias nem te conhece, só quer brincar comigo", não tenho como explicar como ficou o meu coração. Pequeno e apertado, doi tanto ouvir isto, mesmo que não seja verdade, a minha culpa já é tão grande, para quê reforçar com estas palavras, numa semana em que estou cansada, sensivel e apreensiva com este fim de semana.
Depois a surpresa, o meu marido que raramente liga a dias especiais, incluindo o meu aniversário, deu-me um presente, que adorei, do fundo do coração, mas ao qual não consegui reagir como devia depois das palavras que ouvi.

Eu amo muito o N., além disso ele é um excelente pai, a ligação entre ele e o Rafael é inexplicável, mas há dias (muitos mais do que eu gostaria) em que só me apetece pegar no meu pequenino e ficar sózinha com ele, viver a minha vida e tomar as minhas decisões sem ter de estar condicionada por uma pessoa tão autoritária e manipuladora... Lá em casa ele é que toma as decisões importantes, ele é que sabe, ele é que tem a última palavra. Os humores dele condicionam o nosso dia, e as palavras nem sempre são as melhor escolhidas.

Há dias em que me apetece ser só eu e o meu bebé.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Tenho sorte, devia estar grata!

Tenho muita sorte, consegui voltar a estudar, estou a tirar a carta, tenho um filho maravilhoso e um homem que me ama ao meu lado e um emprego que adoro e onde me sinto bem. Mas estou sempre a reclamar, e há pessoas que me atiram constantemente estas coisas à cara.
Ás vezes, nos meus momentos mais egoistas, penso que mereço tudo isto. Por tanto que já passei. Pai alcoolico, irmãos toxicodependentes, um deles preso. Uma mãe deprimida sem o reconhecer, tantos dias de Natal sózinha, sem a minha familia base, anos em que quase ninguém se lembrou do dia do meu aniversário, aprender a cuidar de uma casa aos 13, e ir às compras e orientar uma vida. Ter um namorado pouco compreensivo e muito exigente que me fazia sentir a pior pessoa do mundo. Dividir-me entre a coragem e o desespero, o sofrimento por uma doença silenciosa, sem sequer poder parar para a tratar, tratamentos sózinha, trabalhar sempre, porque me exigiram "que levanta-se o cu" e procura-se que fazer porque estar de baixa não estava com nada.
Ter um filho, a maior felicidade da minha vida, mas não do homem que sempre amei e de quem sempre quis filhos. Tanta coisa que me deixou triste, se calhar já me fazia merecer aquelas coisas que sempre quis e nunca pude ter.
Mas sim, queixo-me ainda...
Queixo-me do peso que tenho, e essa é provavelmente uma das minhas maiores tristezas. Condiciona-me a auto-confiança e a vida em geral. Incluindo a intima. Queixo-me por não ter força suficiente para mudar isto. Queixo-me por não ter paciência para o meu filho, queixo-me da falta de tempo e de dinheiro para frequentar o ginásio que quero, e ainda me queixo por não ter ainda carta. E da falta de tempo para estar com eles e de não ser mais tranquila... Queixo-me do tempo que perco em transportes, e de chegar a casa uma hora depois do que é suposto por causa disso. Queixo-me por não poder dar ao meu filho a festa, o bolo e o presente que ele merece, queixo-me de ser má mãe.
Tenho demasiadas queixas... e tenho medo de não as conseguir superar...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

O choro de um filho...

... altera tudo. O sistema nervoso reage, os cabelos dos braçoe eriçam-se e o coração bate mais forte. Perdemos o sono num instante e o cansaço desaparece num ápice.
O meu filho chora, aquele choro dos dois anos, carregado de mimo e de frustrações. Ontem não foi excepção, cheguei cansada a casa, e frustrada porque ainda tinha de ir estudar, e tinha comido demais durante o dia, e isso deixa-me sempre em baixo. E ele lá começou, aquele choro enrevante acompanhado de lamurias. Ontem não me ajoelhei na frente dele, não falei mais alto, não disse para com isso, não chorei mais alto que ele, nem mesmo lhe peguei ao colo e tentei acalmá-lo. Sentei-me à mesa e esperei... e ele dizia "para com ixo, mãe". Acabou por se calar e vir ter comigo, sentou-se à mesa e comeu o que tinha no prato. Formula mágica? Bom senso? Assim é que se deve fazer? Não sei... mas estava demasiado cansada para ralhar, demasiado frustrada para consolar e demasiado vazia por dentro para reagir.
O meu filho tem de mim tudo o que quiser, tudo o que precisar, porque o amo acima de tudo, mas há dias em que não dá!
Depois ao deitar, sofro porque ele quer que fique com ele e eu tenho de ceder o meu lugar ao pai porque tenho de ir estudar, e a culpa de mãe nunca acaba... Porque hoje posso não ter esse discernimento e ralhar mais, porque se proibo estou a educar mas custa tanto não lhe fazer todas as vontades, porque uma mãe nunca se sente boa mãe. E porque estou cansada