quinta-feira, 28 de março de 2013

E depois há aqueles dias!!!

Como hoje, em que estava ansiosa para que ele adormecesse para poder ter uns minutos só para mim, em silêncio! Serei má mãe por isto??

Ás vezes acontece-me ter a cabeça tão cheia de pensamentos que mal consigo dar atenção ao pequeno
(mea culpa), e fico ansiosa pela hora de o deitar, invariavelmente adormeço com ele, mas hoje ele não dormiu a sesta e estava (literalmente) a cair de sono, super rabujento e implicativo. Dei mimo, dei biberon e deitei-o contra vontade, fiquei ao pé dele e nem 5 minutos ele já dormia. Vim para aqui e sentei-me no silêncio, a ouvir os meus pensamentos, a conferenciar comigo mesma. Lembrei-me que há uns tempos o que mais desejava era ter o ruido de fundo de uma criança por perto, e agora que o tenho... desejo o silêncio.
Mas a verdade é que tenho saudades de estar comigo, sózinha a pensar nas minhas coisas, sem interrupções, choros, ou aquele (ainda que delicioso) "mãe" a cada minuto.

Esta semana estou cansada! Sem motivo aparente. Sinto a minha cabeça de tal modo esgotada que só estou bem no silêncio. E agora escrevo, calmamente enquanto ele dorme tranquilo. E é maravilhoso este silêncio...
E constato que apesar do meu amor desmesurado por aquela criatura pequenina, tenho saudades disto, de estar comigo.

Boa Páscoa

terça-feira, 26 de março de 2013

Da Vontade...

... que por vezes tenho de chorar, espernear, gritar ao mundo que não estou feliz com algumas imposições que ele me faz!!!

segunda-feira, 25 de março de 2013

Há amores dificeis #1

O amor não é para sempre.
Descobrir isso é doloroso...
Um dia parece estar tudo bem com a pessoa com quem partilhamos uma vida e no minuto seguinte tudo muda. Ouvimos dizer que já não somos amados e que o melhor é cada um ir para seu lado. Ou o famoso dar um tempo. Da-me um tempo para no fim descobrir que gosto de outra pessoa... Da-me um tempo para perceber que estou bem é sozinho. As relações não são fáceis. Eu que o diga. E na ânsia de preservar uma vida que julgamos eterna, começamos a implorar, a pedir a dizer que mudamos. Fazem-se promessas impossíveis, corre-se atrás do que deixámos passar... Suplicamos. E quando nada disto parece resultar, passamos a vítimas, fazemo-nos coitadinhos perante amigos e familiares. Apontamos todos os defeitos, dizemos o que nunca ousamos dizer, e no meio do turbuilhao envolvemos toda a gente no nosso desgosto. Queremos que nos consolem, que digam que vai correr bem, que passem connosco à fase seguinte, aquela em que dizemos mal, e quem está connosco deve nesta fase deixar de dizer que afinal  ainda à esperança, e passem a dizer que o outro é mau. Que ninguem devia sofrer assim. Não sofremos calados, mas é quando estamos calados que mais sofremos. Até agora nunca envolvemos as crianças nas discuçoes mas de agora em diante, tem de ser. Porque é primordial que eles entendam este sofrimento atroz que estamos a viver, para crescerem. Agora já têm idade para perceber, já cresceram. E inconscientemente acabamos por conseguir que os miudos fiquem do lado da "vítima". As separações são dolorosas para a família inteira. A directa e  a indirecta. Toda a gente sofre. O que acaba e o que não quer que acabe. Fazemo-nos de vitimas, queremos adeptos para a nossa causa recusamo-nos a ver com clareza que a vida continua e existe para lá desta relação. 

domingo, 24 de março de 2013

Fim de semana caseiro...

Aqui estamos por casa. Sossegados. Bebé brinca por aí, mãe tenta trabalhar e organizar-se, pai entretém-se a fazer arranjos necessários.

Esta paz que vivo hoje é algo com que sonhei, embora nunca pensasse ser possível. Um domingo que deu para preencher o lado espiritual (Fomos em família à benção dos ramos), o lado familiar (estamos sempre juntos, já brincámos, já dormimos) e o lado psicológico (que tanto precisa de se organizar).

quinta-feira, 21 de março de 2013

Frases dele...

* "Paabéns mãe!" "dás uma pendinha?" - Repete isto por tudo e por nada... (muitas festas seguidas, é o que dá)
* "Eu queo, eu queo, eu queo, bouo de nibesáio, cocoate, godoxe..." - (Bolo de aniversário, chocolate e arroz doce, é gulosinho como a mãe"
* " Boa mãe, kegaste a tempo"; "onde é qui bamos"
* " Eu queo i pá noxa caminha!
* " Aganjas ito mãe?" (Eu respondo que não consigo e ele: " O Gapael aganja"
* "Té manhã pai, bons xonhos, fica com a mãe" - quando o vamos deitar
* "Adeu, té manhã" - Sempre que paramos a conversar com alguém
* "Xô, xô vai emboa" - Quando não quer estar ao pé de alguém, ou para as moscas
* " Ouá mininos" - para mim e para o pai

Maravilhosos dois anos...


terça-feira, 19 de março de 2013

Dia do Pai

A ti filho, venho hoje falar-te do PAI. O teu PAI!
Há muitos, muitos anos este teu PAI, não gostava de crianças, dizia ele. Faziam barulho, choravam e ele na verdade não lhes ligava nenhuma. Os miúdos pequenos gostavam sempre dele, talvez pela imensidão dos olhos azuis, pela calma que o seu porte transmite.
Entre mim e ele sempre houve esse e outros calcanhares de Aquiles. Eu adorava crianças, ele nem por isso. Depois nasceu o Daniel, o nosso afilhado, o filho do melhor amigo. Enquanto bebé nunca se aproximou muito, mas quando ele começou a interagir tudo mudou... havia até entusiasmo em cada visita.

A vida deu muitas voltas, separamos-nos apenas fisicamente, e eu tentei reconstruir-me longe, a noticia da tua chegada apanhou-me num momento confuso, e ainda que te desejasse com todas as minhas forças, não sabia muito bem como iria ser, já que não confiava minimamente no teu progenitor. O teu PAI foi a segunda pessoa com quem falei. Apesar da minha felicidade por te saber a caminho não pude deixar de chorar de tristeza pelo que lhe estava a fazer... e ele chorou comigo. Disse-me nesse dia que queria o teu bem, tudo de bom para ti, afirmou que poria a vida dele à frente da tua sem hesitar, mesmo que eu lhe estivesse a dizer que ia ficar com outra pessoa.
Sabes filho, ele não desistiu de mim, de nós. Continuou por perto, e algumas semanas depois choramos os dois de felicidade quando decidimos ficar juntos, e juntos projetavámos um futuro risonho para ti, sempre a pensar em ti.
Enfrentou comigo os que estiveram contra, ajudou-me em tudo e acompanhou-me às ecografias. Amou-te quando ainda eras um feijãozinho e esse amor foi crescendo contigo.... vai ainda crescendo contigo.
Este PAI filho, escolheu-te. Escolheu amar-te incondicionalmente, nada lhe foi imposto. E aquele homem que não simpatizava com crianças, desapareceu. Pegou-te ao colo desde o primeiro dia, tirou fraldas, deu banho, biberon, levou ao médico. Brincou, riu e encantou-se com cada gracinha. Ver-te com ele é o que mais alegria me dá, tranquiliza-me o coração saber que chamas PAI a alguém como ele, que só terá coisas boas para te ensinar, e que te ensinará a lidar com as más que forem surgindo... ele sim é o teu verdadeiro e único PAI

quinta-feira, 14 de março de 2013

Em vésperas de envelhecer...

Amanhã faço 36 anos... São 36 anos muito cheios. De alegrias e tristezas, mas cheios de qualquer forma...
Tenho tudo o que sempre quis, já referi aqui... Mas ainda assim não sou plenamente feliz. Faço 36 com a certeza que são vividos. E sem ressentimentos com o passado...

Para o futuro, desejo viver com mais intensidade, preocupar-me menos com ninharias e realizar sonhos... Ver o meu filho crescer, quem sabe dar-lhe um irmão, completar-nos...
Venham eles que estou pronta... e de presente quero apenas a felicidade que me falta :)

segunda-feira, 11 de março de 2013

Mais uma semana que começa...

O tempo a passar rápido. A semana em que faço 36 anos...
Gostava de me sentir melhor, mais feliz...

O fim de semana foi enervante, porque a visita de sábado passou para domingo e há alturas em que esta visita custa mais que outras. Custa perceber que tenho de tirar do meu tempo em familia para ir fazer aquele frete. O Rafael detesta estar com eles. Não lhes liga, enxota-os, e só me quer a mim. Tenho de ouvir coisas como, que mal educado, que mimado... e nem sempre me consigo calar.
Não sei até que ponto sou forte para aguentar isto, e mais uma semana...

terça-feira, 5 de março de 2013

Psiquiatra vs Ginásio

Eu sou uma pessoa complicada. Interiormente complicada. Prática a nível profissional e social, mas na intimidade não consigo e complico. Não defino prioridades e atropelo-as. E aparentemente tudo está bem na minha vida, o meu filho é lindo, o meu marido ama-me, tenho um apoio familiar incondicional, um emprego que adoro, uma vida social relativamente activa. Mas de repente, há uma sombra que tapa todo este sol, uma nuvem escura que me persegue e com a qual nem sempre sei lidar.

Hoje de manhã, um cliente novo mas que já nos conhece há algum tempo, profissional no ramo da saúde abeirou-se de mim e disse-me que eu estava deprimida. Não esperava ouvir isto, muito menos de um cliente ou de alguém que não me conhece na intimidade, e a minha reacção não podia ser mais comprovativa do que acabava de ouvir...chorei. Chorei de tal forma que ele me levou para um dos consultórios e durante algum tempo não fez mais nada do que passar-me klenex's e esperar que eu me acalmasse. Depois falou-me num tom amável mas seguro, e peremptório. Disse que me tratasse, por mim e pelo meu filho. Aconselhou-me um psiquiatra, e medicação. Segundo ele, o caso é grave. E não se nota, a olho nu, porque eu sinto-me bem, e estou bem disposta na maior parte das vezes.

Na verdade, eu ando feliz com tudo o que descrevi acima, e como diz o meu marido, estou a fazer tudo o que sempre quis, tirar a carta, e estar na faculdade. Mas, não sou realmente feliz. tenho demasiadas sombras na minha vida, e queria tanto emagrecer. Não sou feliz com o corpo que tenho e por mais coisas que invente, imagine ou leia, não consigo por em pratica. Só me apetece comer tudo o que me aparece à frente. E sinto uma imensa falta do meu ginásio. Não de um qualquer, mas daquele especificamente. Que me ajudou tanto noutra situação como esta. Porque lá consigo relaxar, e esquecer o mundo cá fora. E tenho a certeza que ele sustituiria um psiquiatra na prefeição, sem medicamentos e contra indicações.

Neste momento não é possível nem uma coisa nem outra... por isso vou continuar a chorar muito, porque hoje estou assim...

sexta-feira, 1 de março de 2013

Março...

Já começou Março, o meu mês. O mês em que nasci, em que a primavera começa, os dias ficam maiores... Eu gosto do Março. Mas sinto-me um bocadinho assustada. Porque já passaram dois meses inteirinhos deste 2013 e eu ainda não fiz nada do que me propus. Ainda não titei a carta, ainda não começei a alimentar-me de forma correcta, ainda não emagreci uma grama.

Vejo o meu filho crescer com a força do tempo que passa, está cada vez mais giro, e o meu amor por ele é desmesurado, mas e eu? Onde fiquei eu no meio deste turbilhão em que me enfiei? Filho, escola, trabalho com cada vez mais responsabilidades e a exigir todos os dias mais de mim, sou engolida por este constante movimento à minha volta, sem tempo para pensar em mim, olhar para mim. Estou gorda demais, sinto-me um autocarro de banhas, passeio esta gordura pela rua e tento não pensar nisso, porque quando penso sinto-me envergonhada, já não tenho vontade de ser sexy, sensual e activa... Porque estou gorda e não faço nada por isso. Oscilo entre a vontade de fazer mais disciplinas na faculdade e desistir porque não tenho tempo para o meu filho, raios parece que sou bi-polar. E se tivesse carta era tudo tão mais fácil, mas porque não me esforço e despacho aquela merda???!!!???

Pois não sei. Não me entendo a mim própria e o tempo passa e eu sinto que não o aproveito como devia... de qualquer gorma...