quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

O choro de um filho...

... altera tudo. O sistema nervoso reage, os cabelos dos braçoe eriçam-se e o coração bate mais forte. Perdemos o sono num instante e o cansaço desaparece num ápice.
O meu filho chora, aquele choro dos dois anos, carregado de mimo e de frustrações. Ontem não foi excepção, cheguei cansada a casa, e frustrada porque ainda tinha de ir estudar, e tinha comido demais durante o dia, e isso deixa-me sempre em baixo. E ele lá começou, aquele choro enrevante acompanhado de lamurias. Ontem não me ajoelhei na frente dele, não falei mais alto, não disse para com isso, não chorei mais alto que ele, nem mesmo lhe peguei ao colo e tentei acalmá-lo. Sentei-me à mesa e esperei... e ele dizia "para com ixo, mãe". Acabou por se calar e vir ter comigo, sentou-se à mesa e comeu o que tinha no prato. Formula mágica? Bom senso? Assim é que se deve fazer? Não sei... mas estava demasiado cansada para ralhar, demasiado frustrada para consolar e demasiado vazia por dentro para reagir.
O meu filho tem de mim tudo o que quiser, tudo o que precisar, porque o amo acima de tudo, mas há dias em que não dá!
Depois ao deitar, sofro porque ele quer que fique com ele e eu tenho de ceder o meu lugar ao pai porque tenho de ir estudar, e a culpa de mãe nunca acaba... Porque hoje posso não ter esse discernimento e ralhar mais, porque se proibo estou a educar mas custa tanto não lhe fazer todas as vontades, porque uma mãe nunca se sente boa mãe. E porque estou cansada

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