sexta-feira, 21 de setembro de 2012

(mais uma) Carta ao Pedro...

Caro Pedro, que também te podias chamar Aníbal, António ou José...
Não sei se sabes mas o povo (nem todos, mas a maioria), confiou-te este país. Não te confiou apenas o país, confiou-te vidas. As próprias e as dos filhos. E sabes todos nós queremos o melhor para os nossos filhos. E tu Pedro, que também te podias chamar José, não tens sido bom timoneiro, nem bom guardião dos nossos interesses. Por isso, o mesmo povo que te elegeu, saiu à rua e protestou.

Protestou por um presente mais justo, e por um futuro melhor. Não o fizeram de forma violenta, fizeram-no de forma a chamar a atenção apenas, mas tu... do alto da tua soberba, nem uma palavra lhes dispensas-te. Tiveste medo? Receas-te que nesse dia fosse o povo a ordenar mais? Não só naquela vila morena, mas em todo o Portugal, se ouviram vozes de basta, destes herois do mar e ainda nobre povo. E tu José, perdão Pedro (no fundo é o mesmo, não te ofendas), ouviste este povo? Tu sabes que não somos dados a revoltas, mas estamos cansados e até os cravos estão caros demais. Cansados de uma vida de trabalho que não nos levou a lado nenhum, cansados de termos de estar constantemente a escolher, porque tu, e o Gaspar e o resto da malta, acham que só conseguem agradar aos Seres Supremos e Superiores se nos levarem para a miséria. Cortas-te salários e subsídios, tiras-te abonos e apoios, aumentas-te impostos, aqueles que sabes que não podemos fugir. As empresas responderam, com despedimentos colectivos e cortes salariais, o povo respondeu com fraco consumo e nenhum poder de compra. E tu? Também faltou alguma coisa na tua mesa? Também tiveste de fazer escolhas para as tuas filhas? Também deixas-te de ir almoçar fora, ou dar um passeio pela costa alentejana porque a gasolina está cara? Conta-nos Pedro. Diz-nos também onde tives-te de cortar, tu e os teus amigos do governo, talvez assim te consigamos entender.
Nós, o Povo a quem tudo tiras-te inclusivé a esperança num futuro risonho. E por favor, pede desculpa e redime-te de nos teres mandado emigrar. Se nós formos, tu vives de quê? Este país precisa de nós, para produzir, para crescer... Se nos mandas embora, vamos fazer crescer outros paises, outros governos.
Não faças orelhas moucas, ao povo que tem tanto para te dizer. E não esqueças que somos uma nação valente, e cansados podemos querer levantar o explendor de Portugal. Temos memórias, de uma pátria unida, e vencedora. E sabemos dar valor a este sol, a este mar. Somos lutadores, e estamos cansados.
Eu se fosse a ti Pedro ou Aníbal, ou José, tinha medo e sobretudo respeito por um povo que está cansado, saturado, e que não tem o que dar de comer aos filhos, nem tem esperança para lhes transmitir. Por isso querido Pedro, premite-me que te trate assim, (e a seguir até te posso ir fazer um like no facebook), vê para além da Troika, o senhor a quem serves, e olha para o povo que te elegeu, e que luta para que cumpras metas e orçamentos, respeita-nos, ergue a espada por nós. Luta tu também connosco, e não contra nós, ou se perferires, emigra tu. E que sejas feliz.

Bom fim-de-semana...

1 comentário:

Mamã da Caroxinha disse...

Já lhe fizeste chegar esta carta???
Acho que todos deviamos fazê-lo, quem sabe assim mudavamos alguma coisa...
beijokas