15-02-2011

Há um ano, preparava-me para ir para a maternidade. As dores já eram fortes, mas eu ainda pensava que era cedo e não seria já... entrei no hospital cerca da uma da manhã. E ainda tive de pagar uma divida de exames referentes a 2001, e pediram-me dinheiro trocado e tudo. Já estava em trabalho de parto, com 3 dedos de dilatação e contracções seguidinha de 3 em 3 minutos.
Há um ano atrás, chovia e fazia um vento bem forte, trovoada e granizo... foi um temporal com consequências e no bloco de partos, eu ouvia a chuva bem forte, a trovoada, os gritos de outras quase mães, e dizia à enfermeira que sim, queria epidural, aliás precisava dela, muito. Quase tanto como da companhia da minha mãe que estava lá fora, sem saber de nada.
Nessa noite havia mais mulheres em trabalho de parto, do que blocos de parto, e dizia-se nos corredores que as noites de temporal trazem muitos bebés...
As horas passaram, a epidural nunca chegou, a minha dilatação estava perfeita, mas o bebé não nascia, e eu não gritava, não implorava. Apenas rezava para que aquela dores acabassem e o meu bebé estivesse bem. Infelizmente não estava. Ouvi a enfermeira dizer que algo não estava bem. Chamou o médico, a minha tensão subiu, a minima a 16 a máxima a 19, e o bebé em sofrimento.... Um banho de liquido amniotico in utero que me custou horrores e não resultou e a decisão de partir para a cesariana e eu sempre sózinha.
Entrei na sala às cinco da manhã... e depois da anestesia as dores cessaram, mas a preocupação manteve-se.

NASCEU... ás 5h39, inanimado, sem respirar... levaram-no, nem o vi. Só às 8h30 é que o trouxeram e ele ainda gemia. E era lindo...E eu renasci com ele...