segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Doi-me a alma

O meu filho está doente. Nenhuma mãe gosta de ver os filhos doentes e eu, não sou excepção... sinto um aperto no peito, tenho dores que não se explicam, parece que vêm da alma, e estou tão susceptível que tenho constantemente lágrimas nos olhos. (Ou então é do sono).
Começo no sábado à noite a encher-se de febre. Tínhamos ido jantar a casa de uns amigos. Não fui de boa vontade, no inverno à noite, nunca vou com eles de boa vontade para lado nenhum, mas não quero ser sempre desmancha prazeres. Não quero que passem a vida a dizer que sou uma mãe stressada. Sei que eles gostam do convívio, e não posso privá-los de tudo... Mas os olhos vidrados do meu filho num sofá alheio, outra pessoa a medir-lhe a temperatura, ele a pedir para ir para casa é mais do que podia suportar, Teve febres altas o domingo todo, só baixavam com medicamentos, e como isto foge ao meu controlo fico nervosa, esta noite enquanto lhe controlava a respiração, ajoelhada junto da cama dele, chorei... Chorei por não ser eu no lugar dele, chorei porque não suporto vê-lo sofrer. O meu menino, o meu bebé-milagre, metade da minha alma e do meu coração, estava a sofrer. A transpirar, a respiração acelerada, as gargalhadas do delírio, misturadas com gemidos, e eu sem poder tirar-lhe o mau estar, as dores...
Eu sei, é normal as crianças ficarem doentes, e sei que passa, mas custa tanto...
Valeu-me a boa vontade do pai este fim-de-semana, e no sábado à tarde pude ir arranjar as unhas, num raro momento só para mim, e ontem saí com a pipoca só as duas também... e soube bem. São estas "bolhas" que me mantêm de pés no chão, caso contrário já estaria louca!


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