quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Hoje foi dia de consulta dos 18 meses do Rafael.
Ele está optimo. Mede 82.5Cm e pesa 11.200Kgrs. Desenvolvido, falador, bem educado e um pouco chorão. Nesta consulta a pediatra falou do pai-biológico, foi a primeira vez desde a primeira consulta que falamos dele. Ela acha que ele deve saber o que lhe chamar quando ele o vem visitar e sugeriu que explicassemos (tanto quanto se pode explicar a uma criança de ano e meio), que é o paiR. Sendo que é o Nuno que ele conhece como pai.
Não consigo pôr por palavras o quanto mexeu comigo ela dizer que sou eu que tenho de tornar isto natural, para que o meu filho encare isto de forma natural. Não consigo parar de chorar. Um choro violento convulsivo que me sai da entranhas. Uma espécie de frustração que me chega à alma. Uma espécie de dor inqualificável, inenarrável.

O pai do meu filho é o Nuno. É claro como água. É a ele que o Rafael recorre, pede colo, chama pai, abraça e procura quando não está. Não queria que ele tivesse de chamar isso a nenhuma outra pessoa, mas isto é algo que dependeu de mim. E não sei se sou eu a pessoa que mais sofre com isso. Quem me dera ser.
É ao Nuno que ele continuará a chamar pai, porque há muito que os laços de sangue deixaram de fazer sentido para mim, muito antes de tudo isto. E é com o Nuno que ele aprenderá mais e melhor. E doi muito saber que um dia outra pessoa poderá ter os mesmos direitos, ainda que um espaço diferente no coração dele.


Porque PAI É AQUELE QUE AMA TODOS OS DIAS, QUE ENSINA, ACOMPANHA, AJUDA, ACARINHA, BRINCA, SUSTENTA E ZELA PARA QUE NADA LHE FALTE...

2 comentários:

Bel disse...

A vida nem sempre é justa, mas acredito que as boas acções são sempre recompensadas! As memorias que o teu filhote guarda, ninguém as pode substituir.Por isso acredito que a figura paterna que guardará sempre no coração será a da pessoa que mais apoio lhe dá! Muita força, um beijão.

disse...

E tens toda a razão!e acima de tudo, o mais importante;é o Rafael que vai decidir isso mesmo, é ele que vai sempre dizer que o PAI dele foi quem viveu com ele todos os dias, quem o protegeu, quem lhe deu a mão para ajudar a dar os primeiros passos,quem sofreu com as febres que ele teve, quem lhe ralhou para ele aprender a ser melhor....infelizmente conheço alguns casos como o vosso e em todos o amor superou o sangue!
Mas apesar de tudo tb tens de ser justa e correta (como eu sinto que és) e dar o nome às coisas, e a melhor forma de o fazeres é já, a pediatra tem razão, somos nós que transformamos as situações em "monstros" porque estamos já pejadas de experiências, mas as crianças sao puras e sãs e acredita que é mais facil e Rafael crescer com esta realidade, do que mais tarde teres de explicar algo "fora do tempo"
Leva as coisas de forma natural....o mais natural possivel