Estava marcada para hoje a Conferência de Pais, tinhamos tudo alinhavado e tinhamos concordado com o que estava estipulado para já. Dado que o Rafael ainda é muito pequenino, não iamos combinar visitas fora nem Natal e essas coisas. Mas o outro resolveu que assim não estava bem. E quer que o Rafael vá passar férias e fins-de-semana ao Porto. A juiza concordou que nunca antes dos 3 anos, mas o procurador do ministério público entendeu que o pai tão empenhado, tão humilde, devia ter direito às férias e ás festas... Doeu demais, senti-me traída e enganada. Nunca lhe recusei uma visita, nem me recuso a deixá-lo ir. Apenas quero que ele entenda porque vai e que não o estou a abandonar! Estarei errada?
Ele vem vê-lo em casa da minha mãe, de 3 em 3 semanas ao sábado e até almoça e fica o tempo que quiser, nunca pagou nada ou deu sustento ao filho, traz quem quer e bem lhe apetece e eu já disse que em Dezembro o levo ao Porto, para conhecer o resto da familia e ele faz-me isto? Chorei convulsivamente na sala de audiências, não me consegui controlar, fiquei envergonhada mas cedi à pressão e aos nervos e chorei de dor, de raiva e de tristeza... Já estou mais calma, porque o Nuno me trouxe, ficou comigo e fez-me ver que pouco vai mudar para já. Mas o meu coração está pequenino, pequenino...